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Lima: ainda estamos caminhando para um novo regime climático?

COP20 Lima - Photo: Edward Davey / Twitter
Photo: Edward Davey / Twitter

Por pouco mais de duas semanas, a ensolarada capital peruana recebeu milhares de delegados de mais de 190 países, com um objetivo desafiador: preparar os caminhos para um novo acordo sobre o clima, a ser alcançado no próximo ano, em Paris. Mais uma vez, eu tive a sorte de participar das negociações, como membro da delegação do Reino Unido.

O acordo global do próximo ano irá substituir o atual regime climático, que entrará em vigor a partir de 2020. Por mais extasiante seja o processo do UNFCCC, não obstante, as negociações foram beneficiadas pelo momento positivo desencadeado pela Cúpula Climática do Secretário-Geral das Nações Unidas, realizada em Nova Iorque, em setembro deste ano. Várias declarações realizadas em ambos os compromissos sobre mitigação e questões financeiras têm sido fundamentais para a manutenção de tal dinâmica positiva. Pode-se ressaltar, também, o pacote da União Europeia de 2030, de redução das emissões em pelo menos 40% e o compromisso do Reino Unido de contribuir com £720 milhões para Fundo Verde para o Clima (GCF), assim como farão outros países. Desta forma, é encorajador observar diversos países empenhados em desbloquear as negociações e tentando se certificar de que continuaremos avançando. O Brasil foi um exemplo claro de tal engajamento, tendo apresentado propostas para facilitar as discussões.

Entretanto, as negociações precisam continuar em ritmo acelerado, mantendo o foco sobre os esforços necessários para permanecer dentro da meta dos 2 graus. Com um papel ativo da Presidência peruana, a COP -20 apresentou o “Chamado de Lima para a Ação Climática” – que prevê um projeto de texto de negociação para o novo acordo, ao mesmo tempo em que estabelece o processo para contribuições dos países no novo acordo de 2015; e um relatório que irá avaliar a pretensão agregada, antes de Paris, no contexto da meta de 2 graus. Houve, ainda, um acordo para a redução das emissões pré -2020, incluindo o foco na implementação das iniciativas lideradas pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon.

O caminho para Paris vai ser longo, se quisermos cumprir a meta de 2 graus. Porém, em termos gerais, esta tem sido uma conquista significativa das partes. O Chefe da Delegação do Reino Unido e Secretário de Estado para Energia e Mudanças Climáticas, Ed Davey, afirmou que “as negociações foram difíceis, mas o Chamado de Lima para a Ação Climática mostra a vontade e o empenho na resposta à demanda pública pelo combate às mudanças climáticas”. Ainda, ele acrescentou: “este é um acordo que une todas as nações, abrindo a porta para o primeiro acordo climático global do mundo, no próximo ano, em Paris”.

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