Thatyanne Gasparotto

Political Adviser

Part of Speakers' Corner

18th December 2014 Brazil

Lima: ainda estamos caminhando para um novo regime climático?

COP20 Lima - Photo: Edward Davey / Twitter
Photo: Edward Davey / Twitter

Por pouco mais de duas semanas, a ensolarada capital peruana recebeu milhares de delegados de mais de 190 países, com um objetivo desafiador: preparar os caminhos para um novo acordo sobre o clima, a ser alcançado no próximo ano, em Paris. Mais uma vez, eu tive a sorte de participar das negociações, como membro da delegação do Reino Unido.

O acordo global do próximo ano irá substituir o atual regime climático, que entrará em vigor a partir de 2020. Por mais extasiante seja o processo do UNFCCC, não obstante, as negociações foram beneficiadas pelo momento positivo desencadeado pela Cúpula Climática do Secretário-Geral das Nações Unidas, realizada em Nova Iorque, em setembro deste ano. Várias declarações realizadas em ambos os compromissos sobre mitigação e questões financeiras têm sido fundamentais para a manutenção de tal dinâmica positiva. Pode-se ressaltar, também, o pacote da União Europeia de 2030, de redução das emissões em pelo menos 40% e o compromisso do Reino Unido de contribuir com £720 milhões para Fundo Verde para o Clima (GCF), assim como farão outros países. Desta forma, é encorajador observar diversos países empenhados em desbloquear as negociações e tentando se certificar de que continuaremos avançando. O Brasil foi um exemplo claro de tal engajamento, tendo apresentado propostas para facilitar as discussões.

Entretanto, as negociações precisam continuar em ritmo acelerado, mantendo o foco sobre os esforços necessários para permanecer dentro da meta dos 2 graus. Com um papel ativo da Presidência peruana, a COP -20 apresentou o “Chamado de Lima para a Ação Climática” – que prevê um projeto de texto de negociação para o novo acordo, ao mesmo tempo em que estabelece o processo para contribuições dos países no novo acordo de 2015; e um relatório que irá avaliar a pretensão agregada, antes de Paris, no contexto da meta de 2 graus. Houve, ainda, um acordo para a redução das emissões pré -2020, incluindo o foco na implementação das iniciativas lideradas pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon.

O caminho para Paris vai ser longo, se quisermos cumprir a meta de 2 graus. Porém, em termos gerais, esta tem sido uma conquista significativa das partes. O Chefe da Delegação do Reino Unido e Secretário de Estado para Energia e Mudanças Climáticas, Ed Davey, afirmou que “as negociações foram difíceis, mas o Chamado de Lima para a Ação Climática mostra a vontade e o empenho na resposta à demanda pública pelo combate às mudanças climáticas”. Ainda, ele acrescentou: “este é um acordo que une todas as nações, abrindo a porta para o primeiro acordo climático global do mundo, no próximo ano, em Paris”.

About Thatyanne Gasparotto

Thatyanne re-joined the Embassy as a Political Adviser in 2012, having previously worked as part of the Climate Change policy team. She has a background in International Relations and a…

Thatyanne re-joined the Embassy as a Political Adviser in 2012, having previously worked as part of the Climate Change policy team. She has a background in International Relations and a Masters in Environmental Policy and Regulation from the London School of Economics and Political Science (LSE). She is particularly interested in Climate Change, Low Carbon Development and Brazilian Foreign and Regional Policy