Thais Oliveira

Political Intern

Part of Speakers' Corner

12th November 2013 Brasilia, Brazil

Uma luz no fim do túnel

Keep Calm and Study IR

O que leva um jovem a se dedicar ao estudo das Relações Internacionais (RI)? Entram na lista preferências pessoais, mercado de trabalho, interesse pelo tema, entre outros. No Brasil, seja qual for o principal motivo uma coisa é certa, ele está funcionando.

Em épocas de globalização e interdependência complexa, falar em relações internacionais soa bastante natural, mas nem sempre foi assim. O estudo e ensino da matéria, enquanto disciplina acadêmica, surgiu no Reino Unido, após o fim da Grande Guerra com a criação da Cátedra Woodrow Wilson de Política Internacional na Universidade de Aberystwyth, País de Gales.

Demorou até que a disciplina desembarcasse no Brasil. Em 1945, foi criado o Instituto Rio Branco, a academia diplomática vinculada ao Ministério das Relações Exteriores. No entanto, o primeiro curso em nível de graduação no Brasil só foi estabelecido em 1974, na Universidade de Brasília. A nova disciplina avançou lentamente nas duas décadas seguintes. Até 1995, existiam apenas três cursos de graduação na área, no Rio de Janeiro, em São Paulo e Brasília. A partir daí, houve vertiginosa expansão. Ao final de 2011 já havia mais de 100 cursos pelo Brasil.

Com todo esse crescimento, surge a questão sobre a inserção desse profissional no mercado de trabalho. O Brasil teria capacidade doméstica para absorver tamanha mão de obra? Céticos dirão que, desconsiderando a fração mínima de formados que ingressam na carreira diplomática e aqueles que fazem carreira em organizações internacionais ou se dedicam à Academia, os profissionais de RI estão fadados ao limbo. Ao contrário, eu afirmo que sim, existe luz no fim do túnel!

Após mais de três décadas de turmas formadas e um contexto de inserção internacional favorável ao Brasil, o mercado já possui uma ideia mais clara sobre o profissional da área e reconhece sua importância. E o que nós, bacharéis em relações internacionais, temos a oferecer? Nosso principal diferencial é um conhecimento diversificado sobre política, economia, história e direito. Em estudo exploratório publicado no Boletim Meridiano, 87% dos alunos considerados afirmaram que a graduação em RI foi importante, muito importante ou fundamental na atividade profissional. Conhecer um pouco de várias áreas é um ponto a nosso favor.

Mas quais são as implicações dessa invasão reliana no mercado? Para começar, significa mais gente interessada nos movimentos internacionais e mais gente qualificada para analisá-los e dar suporte a atuação internacional de organizações de diferentes tipos. Com o advento da paradiplomacia, por exemplo, cidades e estados investem na arena global e abrem novas oportunidades para o profissional da área. Há ainda a promissora opção oferecida por representações diplomáticas, como a nossa.

Como vocês puderam ver, oportunidades existem. Além disso, o objeto de estudo é o mais interessante possível, sim sou suspeita para falar, mas isso não torna a afirmação menos verdadeira. Sentiu-se tentado? Pois ignore a lenda urbana de que você ficará a míngua sem emprego caso escolha cursar relações internacionais e embarque nessa onda você também!

About Thais Oliveira

Thais joined the Embassy in May 2013 as Political Intern. She is in her senior year at University of Brasília, where she studies International Relations. She is interested in Foreign…

Thais joined the Embassy in May 2013 as Political Intern. She is in her senior year at University of Brasília, where she studies International Relations. She is interested in Foreign Policy and Environmental Governance and is currently writing her dissertation on International Water Resources Management. Thais is a football addict and dedicated supporter of Corinthians and Chelsea FC.