10th December 2013 Brasilia, Brazil

Combatendo a violência contra mulheres e meninas – Guest blog por Louise de Sousa

Louise De Sousa, Diretora do Departamento de Direitos Humanos e Democracia do FCO, entregando livros sobre direitos humanos doados pela Embaixada Britânica em Adis Abeba. Créditos: ukinethiopia
Louise De Sousa, Diretora do Departamento de Direitos Humanos e Democracia do FCO, entregando livros sobre direitos humanos doados pela Embaixada Britânica em Adis Abeba.
Créditos: ukinethiopia

Estou ansiosa por chegar ao Brasil amanhã, um dia após o Dia Internacional dos Direitos Humanos, em minha primeira visita para discutir questões relacionadas aos direitos humanos desde que deixei a Embaixada em 1997, depois de três felizes anos no país. Na época, era responsável por assuntos ligados a direitos humanos, incluindo a questão indígena. Assim sendo, gostaria muito de ver como a situação se encontra no Brasil de hoje.

Estou ciente de que ocorreram muitas mudanças, inclusive na forma como Reino Unido e Brasil estão trabalhando para abordar questões relacionadas a direitos humanos, tanto domésticas, como internacionais.

Estamos trabalhando em uma área de extrema importância em busca do que o Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, descreve como o desafio chave do século 21: nada menos que direito e participação política, social e econômica total da mulher.  

A participação equalitária da mulher nos processos e sistemas que fazem parte de sua vida não é apenas um direito humano. Essa participação é importante, também, para um desenvolvimento eficaz e para a redução da pobreza. Precisamos aumentar o poder de meninas e mulheres de forma a controlar as decisões que as afetam. Precisamos dar força à voz da mulher e criar exemplos femininos a serem seguidos para conseguir aumentar a qualidade de políticas e leis, combater a desigualdade e a discriminação entre os gêneros e liberar todo o potencial da mulher para que ela contribua com o desenvolvimento econômico e social.

É por isso que temos apoiado o “Cidades Seguras e Amigáveis para Todos”, uma iniciativa em conjunto com a UNICEF, a ONU Mulheres e a ONU Habitat para aumentar a segurança e melhorar a qualidade de vida de jovens e crianças no Rio de Janeiro. Nossos recursos ajudaram a aumentar o acesso à mulheres em comunidades de baixa renda para apoiar serviços à vítimas de violência de gênero. E estamos dispostos a trabalhar com o Brasil para promover soluções que funcionem para reduzir a violência contra mulheres e meninas e ajudar as vítimas a reconstruírem suas vidas. 

Estamos muito satisfeitos com o ótimo resultado da “Comissão da ONU sobre a Situação da Mulher” deste ano de 2013, que adotou, por consenso, um documento de conclusões sobre a violência contra mulheres e meninas. O texto oferece um ponto de referência sólido, tanto para o Reino Unido como para outras nações, para que possam realizar esforços internacionais com o intuito de erradicar a violência contra mulheres e meninas, além de oferecer normas acordadas que podem ser cobradas dos governos pelas sociedades civis.

Contudo, esse consenso não é uma garantia. Países líderes em direitos da mulher precisam trabalhar juntos para proteger essas vitórias. Estou ansiosa por discutir com meus colegas brasileiros como podemos trabalhar em conjunto nesta agenda de tão grande importância.

*Louise começou a trabalhar para o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido (FCO) após completar seus estudos em História e Arqueologia na Universidade de Bristol. Depois de atuar em paises como Brasil, Moçambique e Quênia, Louise assumiu, em junho de 2011, o cargo de Chefe do Departamento de Democracia e Direitos Humanos do FCO.

About Martin Badham

Martin joined the embassy in April 2013 after two and a half years in the Foreign and Commonwealth Office’s Conflict Department, dealing with peace building issues. He has also held…

Martin joined the embassy in April 2013 after two and a half years in the Foreign and Commonwealth Office’s Conflict Department, dealing with peace building issues. He has also held positions dealing with Central Africa and with police and judicial co-operation in Europe, working closely with the United Nations and the European Union in the process. He joined the Foreign and Commonwealth Office in 2006, following a year-long internship with the British Consulate General in New York.

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