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Continue andando: A Copa do Mundo, política e mulheres

Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de Premiação da Copa do Mundo FIFA 2014. (Rio de Janeiro - RJ, 13/07/2014) Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de Premiação da Copa do Mundo FIFA 2014. (Rio de Janeiro – RJ, 13/07/2014) Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A Copa do Mundo acabou há quase uma semana e as pessoas estão sofrendo com “abstinência de jogos” ou passando pelas cinco fases do luto, dependendo do seu nível de envolvimento com o torneio.

Eu não sou realmente uma fã de futebol (meu esporte é o vôlei), mas foi impossível não ficar envolvida na atmosfera da Copa. Quando eu vi, estava comentando as partidas, táticas de futebol e a coisa toda após a agora histórica derrota do Brasil para a Alemanha. Um jogo tão surreal que nem mesmo Dali poderia ter pensado.

Pouco antes da final, eu recebi o seguinte texto:

“Quem vai ganhar essa Copa é um país que começa com a letra A, cuja capital começa com a letra B, é governado por uma mulher, já sediou e ganhou a Copa batendo a Holanda na final, ganhou a  Copa fora de casa também, fez guerra com a Inglaterra no século passado e tem um Papa vivo.”

Deixando de lado os vários paralelos divertidos que eu nunca tinha pensado entre Alemanha e Argentina, o que ficou na minha cabeça foi o “governado por uma mulher”. Em um mundo tão dominado pelo masculino – seja nos esportes ou na política – é muito interessante perceber que as principais figuras políticas naquela fase eram mulheres. Eu não tenho evidências para provar isso totalmente, mas acredito que seja algo inédito. Mesmo com a ausência de Cristina Kirchner (o que foi uma pena – imagina a foto!), ela ainda é a mais importante figura política da Argentina. E Angela Merkel estava lá, ao lado de Dilma Rousseff.

Eu gostaria de poder dizer que isto significa que as mulheres estão finalmente livres para ocupar e exercer todo seu potencial, qualquer que ele seja. Queria poder dizer que garotas ao redor do mundo podem ficar tranquilas de que serão tratadas igualmente e ter as mesmas chances que os homens de chegar a posições de poder. Quem dera. A verdade é que isso ainda é uma exceção – e a maior prova é que as pessoas – eu inclusa – ficaram surpresas com isso.

Sim, ainda há muito a se fazer. Mas, ainda bem, tem pessoas que estão fazendo. As mulheres agora podem ser bispas na Igreja Anglicana (o que demorou, considerando que é uma igreja liderada por uma mulher há bastante tempo. Londres recentemente realizou a Cúpula Global para acabar com a Violência Sexual em Conflito, outro importante – e atrasado – passo. O trabalho do Ministério para o Desenvolvimento Internacional (DFID) inclui vários passos importantes. O mais recente passo é a Girl Summit, realizada pelo governo britânico na próxima semana.

Estes passos podem parecer pequenos, mas assim se faz uma longa caminhada. Nós só precisamos continuar andando.

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