18th July 2014 Brazil

Continue andando: A Copa do Mundo, política e mulheres

Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de Premiação da Copa do Mundo FIFA 2014. (Rio de Janeiro - RJ, 13/07/2014) Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de Premiação da Copa do Mundo FIFA 2014. (Rio de Janeiro – RJ, 13/07/2014) Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A Copa do Mundo acabou há quase uma semana e as pessoas estão sofrendo com “abstinência de jogos” ou passando pelas cinco fases do luto, dependendo do seu nível de envolvimento com o torneio.

Eu não sou realmente uma fã de futebol (meu esporte é o vôlei), mas foi impossível não ficar envolvida na atmosfera da Copa. Quando eu vi, estava comentando as partidas, táticas de futebol e a coisa toda após a agora histórica derrota do Brasil para a Alemanha. Um jogo tão surreal que nem mesmo Dali poderia ter pensado.

Pouco antes da final, eu recebi o seguinte texto:

“Quem vai ganhar essa Copa é um país que começa com a letra A, cuja capital começa com a letra B, é governado por uma mulher, já sediou e ganhou a Copa batendo a Holanda na final, ganhou a  Copa fora de casa também, fez guerra com a Inglaterra no século passado e tem um Papa vivo.”

Deixando de lado os vários paralelos divertidos que eu nunca tinha pensado entre Alemanha e Argentina, o que ficou na minha cabeça foi o “governado por uma mulher”. Em um mundo tão dominado pelo masculino – seja nos esportes ou na política – é muito interessante perceber que as principais figuras políticas naquela fase eram mulheres. Eu não tenho evidências para provar isso totalmente, mas acredito que seja algo inédito. Mesmo com a ausência de Cristina Kirchner (o que foi uma pena – imagina a foto!), ela ainda é a mais importante figura política da Argentina. E Angela Merkel estava lá, ao lado de Dilma Rousseff.

Eu gostaria de poder dizer que isto significa que as mulheres estão finalmente livres para ocupar e exercer todo seu potencial, qualquer que ele seja. Queria poder dizer que garotas ao redor do mundo podem ficar tranquilas de que serão tratadas igualmente e ter as mesmas chances que os homens de chegar a posições de poder. Quem dera. A verdade é que isso ainda é uma exceção – e a maior prova é que as pessoas – eu inclusa – ficaram surpresas com isso.

Sim, ainda há muito a se fazer. Mas, ainda bem, tem pessoas que estão fazendo. As mulheres agora podem ser bispas na Igreja Anglicana (o que demorou, considerando que é uma igreja liderada por uma mulher há bastante tempo. Londres recentemente realizou a Cúpula Global para acabar com a Violência Sexual em Conflito, outro importante – e atrasado – passo. O trabalho do Ministério para o Desenvolvimento Internacional (DFID) inclui vários passos importantes. O mais recente passo é a Girl Summit, realizada pelo governo britânico na próxima semana.

Estes passos podem parecer pequenos, mas assim se faz uma longa caminhada. Nós só precisamos continuar andando.

About Luana Seabra

Luana Seabra has an International Relations background, works with Communication and has quite an obsession for music-related things. She joined the Embassy in 2010 to work with Public Diplomacy, having…

Luana Seabra has an International Relations background, works with Communication and has quite an obsession for music-related things. She joined the Embassy in 2010 to work with Public Diplomacy, having previously worked in Itamaraty and UNODC. She is interested in Political Communications, Soft Power, Digital Diplomacy, Development and Human Rights.

Follow Luana