Durante a pré-abertura para a imprensa da exposição “David Bowie is”, o Embaixador do Reino Unido, Alex Ellis, começou sua fala dizendo que Bowie é “internacional, global e ‘essencialmente britânico’”. As palavras do embaixador logo me fizeram refletir sobre como Bowie traduz perfeitamente as razões que fazem do Reino Unido, e da cultura britânica como um todo, um agente de apelo mundial. Bowie é uma ferramenta do soft power britânico e um porta-voz da música, cultura, criatividade e inovação únicas do país. Essas são áreas em que o Reino Unido se destaca e possui expertise para colaborar e trocar experiências com o Brasil.
O artista, conhecido como o camaleão do mundo da música, representa a pluralidade da música e da arte do Reino Unido que influenciaram diversas gerações. Ícones como ele, que representam a cultura pop, são vozes britânicas extremamente valiosas, pois alcançam públicos das mais diversas origens. O trabalho de diplomacia significa, entre outras coisas, encontrar essas vozes e utilizá-las como catalizadoras das mensagens que nós, como uma missão diplomática, queremos passar.
O famoso raio pintado na face de Bowie, na capa do álbum “Aladdin Sane”, é um símbolo que tem força e alcance similares à bandeira britânica. O cantor reflete o Reino Unido no sentido em que ambos possuem uma imagem muito forte e característica, mas difícil de definir. Excentricidade e quebra de valores são questões sempre associadadas à Bowie, ao mesmo tempo em que a tolerância com relação ao “diferente” é um ponto sempre exaltado com relação a Grã Bretanha. A natureza multicultural de Bowie fala direto com um Reino Unido que vive a diversidade em seu dia a dia.
André Sturm, diretor do Museu da Imagem e do Som (MIS), que abriga a exposição sobre o cantor em São Paulo, revelou que o MIS foi o primeiro a demonstrar interesse em receber a memorabília de Bowie, tornando o Brasil o primeiro país da América Latina a receber uma exposição organizada pelo Victoria & Albert Museum.
Parcerias como essa demonstram mais uma vez como os tempos são prósperos para trocas criativas e artísticas entre Brasil e Reino Unido e que as possibilidades desse relacionamento são infinitas e empolgantes.
Beatriz Côrrea começou, em agosto de 2012, como Estagiária de Comunicação e Diplomacia Pública no Consulado Britânico em São Paulo. Ela está no seu último ano na Universidade de São Paulo – USP, onde ela estuda Relações Públicas e está escrevendo sua dissertação sobre ‘Nation Branding’. Beatriz é uma fã de filmes, música e cultura pop…especialmente se vêm do Reino Unido.