10th December 2014 Brazil

16 Dias de Ativismo – Um guest blog por Mariana Almeida

16dayslogo_portugueseNo dia 25 de Novembro de 1960, três irmãs foram alvejadas por terem se oposto à ditadura na República Dominicana. Crescidas em uma zona rural do país, as três irmãs assistiram sua família perder a casa e todo seu dinheiro quando o ditador Rafael Trujillo chegou ao poder. Las Mariposas, como eram conhecidas, fundaram então um grupo de oposição ao regime por acreditarem que o então ditador traria um caos econômico irremediável ao país. A história das irmãs Mirabal inspirou livros e um filme, mas o mais importante foi quando em 1999, a Assembléia Geral das Nações Unidas declarou que o dia das mortes das irmãs deveria ser marcado como o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher em homenagem ao sacrifício que elas fizeram em nome de seus ideais.

A campanha “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher” é uma ação pela erradicação dos abusos e pela garantia dos direitos das mulheres, que teve inicio em 1991, por iniciativa do Centro de Liderança Global de Mulheres, que conta com o apoio de mais de 150 e agora também do Brasil. No dia 19 de Novembro deste ano, o Congresso Nacional Brasileiro lançou a campanha de combate à violência contra a mulher no Brasil.

Para mostrar nosso engajamento com a causa, o DFID no Brasil resolveu fazer a exibição do filme No tempo das Borboletas, que conta a história das irmãs Mirabal para seus contatos e para toda a embaixada do Reino Unido. Foram convidados a ONU Mulheres, a SPM, a SDH, a UNFPA, a UNDP. O DFID lançou esse ano uma pesquisa com o título O que funciona para prevenir a violência contra mulheres e meninas. Esse ano trabalhamos junto à UNICEF na Conferência das Meninas, que gerou uma carta de responsabilidade global, inclusive assinada pelo Brasil. O DFID tem trabalhado nos 4 pilares levantados pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas que são:

  • Participação das mulheres na construção da paz: o DFID tem uma iniciativa que se chama “Mantê-la segura”, continuando a sua chamada à ação e agora trabalhando em estreita colaboração com os EUA. Tal iniciativa procura garantir que comunidade internacional coloque as necessidades de meninas e mulheres no centro dos esforcos da primeira fase das respostas humanitarias.
  • Prevenção dos conflitos e prevenção da violência contra mulheres e meninas: o DFID está trabalhando em programas, políticas e pesquisas para prevenir e combater a violência contra as mulheres e meninas. O DFID está implementando programas de 35 milhões de libras esterlinas, em pelo menos 17 países para erradicar a mutilação genital feminina, e lançou um Fundo de Inovação e Pesquisa de 25 milhões, que trabalha em prol da prevenção da violência de gênero. O DFID também trabalha no engajamento político para reforçar o quadro normativo em violência de gênero- incluindo o trabalho na Comissão das Nações Unidas para a Condição da Mulher e os esforços em curso para desenvolver um quadro de forte desenvolvimento pós-2015.
  • Protegendo-as: Visão Estratégica para meninas e mulheres que promovem a sua saúde e direitos, incluindo trabalhos para atrasar a primeira gravidez e apoiar um parto seguro, para obter bens econômicos diretamente para meninas e mulheres, e para manter as meninas nas escolas primárias e secundárias.
  • Tornando-as central para a prestação de ajuda humanitária: o DFID está trabalhando em cima da participação política e civil da menina e da mulher. Como parte do programa de Liderança para Mudança, estamos trabalhando em parceria com as Women Win e 08 organizações locais em 07 países da África Subsaariana e no Sul da Ásia para construir sua confiança, conhecimento e habilidades de liderança de 28 mil meninas por meio de programa de esportes. Esses tipos de programas servem para construir a confiança das meninas e muda seus pontos de vista sobre o que eles podem alcançar e as suas aspirações para o futuro.

Mas podemos e devemos fazer mais. Não fazer nada é moralmente inaceitável e debilita nossos esforços coletivos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio em todo o mundo. Nenhuma mulher deveria viver com medo da violência, nenhuma criança deveria crescer em um lar onde a violência é diária. Trabalhar em prol dessa causa leva muito mais que 16 dias de esforços e juntos podemos fazer uma realidade diferente.

About beatrizsannuti

Beatriz Sannuti (or just Bia as she prefers being called) has an International Relations background and has recently joined the Embassy to work with Human Rights and Justice, having just…

Beatriz Sannuti (or just Bia as she prefers being called) has an International Relations background and has recently joined the Embassy to work with Human Rights and Justice, having just finished her Masters Degree in International Relations and Diplomacy in the Netherlands. Her previous jobs include a NGO, a think tank and the private sector and when she is not busy monitoring human rights issues in Brazil she likes to follow her favorite TV shows or watch a movie.

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