Mais uma semana e outra data importante para ser solenizada! Hoje nós celebramos o Blog Action Day.
Desde 2007, anualmente um diferente tópico é escolhido para blogueiros de todo o mundo discorrerem sobre. Temas como direitos humanos, meio ambiente e mudanças climáticas já foram abordados anteriormente. Este ano, o assunto escolhido foi desigualdade e hoje diversos blogs em mais de 110 países irão escrever sobre isso – com a finalidade de aumentar a conscientização e reflexão em torno do assunto.
Por oportuno, o que desigualdade significa para você? Qual sua visão sobre o tema no seu país e no exterior? Quando reflete sobre isso, você pensa em números e estatísticas, como, por exemplo, o fato de o Brasil estar no 79º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), enquanto o Reino Unido ocupa a 14º? Ainda, você considera os recentes estudos que apontam que 1% das pessoas mais ricas possui quase a metade de toda a riqueza global, ou você acha analisa a desigualdade de uma maneira mais humana? Este vídeo apresenta um simples e esclarecedor quadro para facilitar a compreensão da desigualdade global. Contudo, convido você a refletir sobre o assunto à luz da dignidade humana. Como seria possível restaurar a dignidade daqueles que sofrem com a desigualdade extrema?
Sabe-se que o Brasil e outros países enfrentam sérios desafios domésticos no que tange à desigualdade. No entanto, é importante reconhecer que diversos países, desenvolvidos e emergentes, têm demonstrado grande esforço no combate à desigualdade. Uma das formas de enfrentá-la é por meio da restauração da dignidade através do direito à alimentação. Recentemente, a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) publicou um novo relatório no qual o Brasil já não aparece no Mapa da Fome.
Seguindo este pensamento e considerando que este blog é sobre política externa, em conjunto com a minha companheira do DFID – Department for International Development (em português: Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Reino Unido) ponderamos que seria oportuno discorrer sobre uma das formas na qual o Reino Unido está ajudando no combate à desigualdade através do direito à alimentação.
Nesse sentido, o DFID executa um programa denominado Nutrição para o Crescimento. É um compromisso político entre o Brasil e o Reino Unido que visa transformar milhões de vidas ao redor do globo, por meio do esforço conjunto no combate à desnutrição. O Programa, lançado pelo Primeiro-Ministro, é co-organizado pelo Brasil e a Fundação Fundo de Investimento para Crianças (CIFF). Assim, ele destaca a forte relação entre o Brasil e o Reino Unido nas questões de agricultura, alimentação e nutrição – uma parte fundamental da parceria global para o desenvolvimento.
Deve-se destacar, ainda, que o programa foi o maior evento que o DFID já gerenciou no que tange o alcance nas mídias sociais, abrangendo cinco milhões de contas do Twitter e recebendo uma grande cobertura da mídia.
O programa Nutrição para o Crescimento (N4G) foi aprovado por 94 atores (composto por parceiros, empresas, grupos da comunidade científica e da sociedade civil) que se comprometeram a estender nutrição para pelo menos 500 milhões de pessoas (mães grávidas e crianças menores de dois anos), e, ainda, para evitar que pelo menos 20 milhões de crianças menores de cinco anos se tornem desnutridas em 2020.
Os compromissos financeiros dos doadores, da filantropia e da sociedade civil incluem novos acordos de até £2,7 bilhões de libras para combater a subnutrição até 2020. O Reino Unido prometeu um total de £ 655 milhões de libras para gastos com programa específicos de nutrição.
Acreditamos, assim, que o acesso a uma nutrição adequada ajuda a capacitar os indivíduos, restaurando sua dignidade, transformando suas vidas e combatendo a desigualdade. Há um grande potencial para que mais pessoas e países participem em iniciativas de cooperação como o N4G, destarte, juntos poderemos ajudar a diminuir a desigualdade em todo o mundo!
*Redigido em parceria com Mariana Almeida do DFID.