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Antártida: onde a colaboração científica realmente importa

 Co-escrito com Dr. Caro Cowan, Diretora de Ciência e Inovação

Tem início essa semana a Reunião Consultiva do Tratado da Antártida, que esse ano será realizada em Brasília, no Brasil.

 Firmado há 55 anos, o Tratado da Antártida tem obtido grandes resultados no que diz respeito aos seus objetivos de proteger o meio ambiente antártico, garantir a paz e incentivar os avanços científicos. As então 12 Partes originais do Tratado já somam agora 50, com novos países aderindo ao grupo continuamente, como fizeram há poucos anos Portugal e Paquistão. Todos os signatários do Tratado têm o interesse coletivo de assegurar que os princípios fundamentais de preservação da Antártida continuem a ser seguidos. Mais de 160 documentos devem ser analisados na Reunião Consultiva, cobrindo assuntos de segurança marítima e de aviação, busca e salvamento, turismo, proteção ambiental, questões jurídicas, entre outros. O Reino Unido irá apresentar e co-patrocinar 25 documentos, sendo dois deles de forma conjunta com o Brasil. 

A Antártida continua a ser uma das regiões mais importantes do mundo para a ciência global por ser um laboratório praticamente intocado. Contudo, o incêndio na Estação Brasileira de pesquisa Comandante Ferraz há dois anos é um lembrete de que o local também é um dos mais desafiadores para se trabalhar. A cooperação entre estados na Antártida é sem igual.

Estação de Pesquisa de Signy, aberta apenas durante o verão, operada pelo Serviço Antártico Britânico.

Estamos muito contentes pelo fato de a Dra. Jane Francis, Diretora do Serviço Antártico Britânico (BAS, na sigla em inglês), ter se juntado à Delegação Britânica para a Reunião.  O BAS é um dos programas de pesquisa mais antigos na Antártida. O Reino Unido tem realizado trabalhos científicos no continente desde os tempos de Scott e Shackleton, no início do século 20. Foram cientistas do BAS que descobriram o buraco na camada de ozônio acima da Antártida, em 1985. A visita da Dra. Jane Francis ao Brasil é uma ótima oportunidade para desenvolver a colaboração científica sobre a Antártida com instituições Brasileiras e para exibir as pesquisas nas quais cientistas Britânicos e Brasileiros já estão trabalhando. O novo navio de pesquisa polar Britânico será uma ferramenta chave para o futuro, ajudando a aumentar nossa capacidade de realizar pesquisas científicas inovadoras com parceiros na Antártida.

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