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Matt Field

British Diplomat

Part of Speakers' Corner

8th October 2013

ESPERANDO O INESPERADO

O trabalho exercido pelos diplomatas e Embaixadas pode ser visto como muito intelectual e desapegado. Mas, como nossos colegas em Nairobi viram recentemente, ele também pode ser muito prático e traumático.

 Na semana passada, juntamente com nossos colegas pelo Brasil, estamos revisando nossos planos para crises. Esses planos consistem nas preparações que fazemos para os vários tipos de incidentes graves que podem vir a afetar visitantes britânicos no Brasil – um acidente de ônibus, um incêndio em uma casa noturna, uma nuvem de cinzas vulcânicas fechando o céu do Brasil. Você pode acabar ficando bastante preocupado (a) imaginando as diferentes coisas que poderiam dar errado, mesmo sabendo que a chance de qualquer uma delas acontecer especificamente é bem pequena.

Ministro das Relações Exteriores do Reino Unido William HagueO Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido dedica bastante tempo, energia e dinheiro para melhorar esse tipo de preparação. Mas nem sempre foi assim. Contudo, nos últimos anos, uma série de incidentes envolvendo britânicos pelo mundo – o Furacão Katrina, o tsunami de 2004, o desastre em Fukushima – mostrou que precisamos estar prontos para reagir rapidamente, com profissionalismo e inteligência. Para muitas pessoas no Reino Unido, essa pode ser a única vez em que elas terão contato com um diplomata britânico, e falhas arruinam rapidamente nossa reputação com o público, a mídia e nossos políticos. Em 2012, nosso Ministro das Relações Exteriores, William Hague, abriu um novo Centro para Crises em Londres.

O fato é que não se pode prever o que vai acontecer exatamente. No entanto, você pode se preparar e aprender com o que já aconteceu em outros lugares. Nossos colegas no Quênia tiveram de lidar com os acontecimentos horríveis no shopping Westgate em Nairóbi. Conforme deixou claro o Alto Comissário Christian Turner, a situação contou com um trabalho incrível da equipe inteira, mesmo enquanto eles próprios tentavam descobrir se suas famílias e amigos estavam envolvidos. Haverá lições para todos nós, como por exemplo, a forma que puderam usar as mídias sociais para encontrar pessoas desaparecidas. Ao final do ano realizaremos no Brasil um exercício completo para crises. E contanto que continuemos aprendendo e praticando, estaremos mais preparados para qualquer coisa que possa vir a acontecer aqui.